No dia 28 de Abril, o nosso grupo visitou o Banco de Sangue do Hospital de Abrantes a fim de compreender como decorre o processo da dádiva de sangue e posterior tratamento.
Fomos acompanhadas pela Dr.ª Ana Paula, a quem muito agradecemos o tempo dispensado e as explicações facultadas.
Tivemos bastante sorte de encontrar dois dadores no local, pelo que pudemos assistir à doação em tempo real e que gentilmente nos deixaram publicar aqui algumas fotografias e vídeos.
A doação de sangue decorre do seguinte modo:
- A técnica do banco de sangue procura a veia mais adequada para a recolha;
O primeiro sangue a ser retirado vai para um pequeno saco que serve de armazenador de sangue. Embora a zona esteja desinfectada e todo o material se encontrar esterilizado, ainda existem algumas bactérias que podem ser arrastadas pela agulha, daí esse primeiro sangue ser isolado, mas ainda assim servir para fazer as análises habituais ao sangue e verificar se existe alguma irregularidade.
Uma unidade de sangue é constituída por 4 sacos. Este primeiro saco está localizado em cima de uma balança em constante movimento, de forma a evitar a concentração dos compostos no fundo do saco, para além de medir o peso, quantidade e velocidade do fluído.
Quando a balança pára de oscilar está terminada a doação, sendo recolhidos no total cerca de 450 ml de sangue em todo o processo, que demora, normalmente, 10 minutos;
Após a recolha, ao dador é oferecido um pequeno lanche, durante o qual fica em repouso, pois pode sentir-se um pouco zonzo e fraco.
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Depois de assistirmos à doação de sangue, visitámos a sala onde o sangue é guardado depois de doado.
Vimos uma centrifugadora que está dividida em 6 partes. Em cada parte cabem dois sacos com sangue, ou seja, ao todo são 12 sacos que podem sofrer centrifugação em simultâneo.
A centrifugadora
Observámos também uma estufa onde o concentrado de plaquetas é guardado e cuja temperatura está compreendida entre os 20ºC e os 25ºC. Dentro desta, existe um agitador para que as plaquetas não se misturem nem se aglomerem. No interior, as plaquetas podem ser conservadas até um prazo máximo de 5 dias.
A estufa
Visualizámos ainda um frigorífico (a 4,4ºC) que está dividido em gavetas, nas quais estão diferentes tipos de sangue armazenados (na primeira gaveta o sangue 0+, na segunda 0-, etc.).
De um lado do frigorífico estão os sacos de sangue já com o tipo de sangue analisado e do outro o sangue com o tipo de sangue por analisar.
O sangue já analisado...
... e o sangue por analisar.
Aproveitámos a presença de uma dadora no local para fazer uma pequena entrevista:
Já deu sangue muitas vezes?
Sim, desde 1991. Esta é a minha 25ª dádiva e 18 delas foram feitas no Hospital de Abrantes.
O que a levou a doar sangue?
Foi o incentivo de uma senhora, ela disse que fazia bem dar sangue para uma nova renovação e também pelo facto de salvar vidas. Estou actualmente inscrita para dadora de medula mas ainda estou em lista de espera.
O que sentiu na primeira vez que deu sangue?
Numa primeira impressão senti-me nervosa mas depois não senti medo, pois já estava habituada com as agulhas.
Conhece muitas pessoas que dão sangue?
O meu marido dava sangue e também muitos dos meus familiares. Porém, eu sou a única mulher da família que o faz.
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No final da nossa visita, foi-nos oferecida uma unidade de sangue (vazia, claro) a qual poderemos integrar na nossa exposição.
Unidade de sangue
(constituída por: quatro sacos, um filtro, uma agulha e um pequeno armazenador de sangue)
Mais uma vez, fazemos um balanço muito positivo das visitas de campo e que nos ajudam a compreender melhor alguns dos aspectos do nosso trabalho e da importância da doação de sangue!