Na realidade, o sangue não terá nada de artificial, sendo que esta designação refere-se apenas ao facto de ser fabricado em laboratório, um sonho da comunidade médica mundial com mais de 50 anos.
Este género de sangue desenvolver-se-á a partir de células estaminais embrionárias, as quais serão estimuladas a dar origem a glóbulos vermelhos. (ver esquema)
Para tal, recorrer-se-á aos embriões excedentes de tratamentos de fertilidade. Entre esses, serão seleccionados os que estão geneticamente programados para desenvolver o tipo 0 negativo - o do dador universal, que pode ser dado a qualquer pessoa sem perigo de rejeição.
Relembremo-nos que este tipo de sangue é relativamente raro, sendo encontrado em apenas 7% da população mundial, mas em laboratório poderá ser desenvolvido em grandes quantidades devido à capacidade que as células estaminais têm de se multiplicar indefinidamente em laboratório.
Em teoria, segundo o jornal bitânico The Independent, um único embrião seria capaz de suprir as necessidades de um país inteiro.
Porém, existem pros e contras neste tipo de investigação científica.
Prós:
a o sangue é compatível com qualquer humano;
a é seguro e livre de infecções:
4 o sangue nunca esteve no interior de um humano;
4os glóbulos vermelhos não têm núcleo, logo, as hemácias sintéticas não se podem tornar cancerosas (dado que não têm DNA);
Contras:
a implicações éticas, devido à utilização e destruição de embriões;
a outro grupo de cientistas demonstrou que é possível fazer até 100 biliões de glóbulos vermelhos, porém, um litro de sangue doado contém cerca de 5 triliões dessas células – mais de 5000 vezes mais o número de células sintéticas produzidas por esses cientistas. Serão, agora, os cientistas capazes de levar à produção de tão elevado número de células?
Para o presidente do Instituto Português do Sangue (IPS), Gabriel de Olim, a investigação com células estaminais é um dos caminhos mais prometedores para criar sangue "artificial" mas duvida que se "encontre um substituto credível para o sangue natural nos próximos anos".
"Devem ser feitos todos os esforços possíveis para o conseguir porque seria óptimo, mas a doação será sempre o meio mais barato", alerta Gabriel Olim, lembrando que estes produtos nunca saem baratos. " Toda esta investigação paga-se, não tenho dúvidas", conclui, dizendo ainda que a aposta deve ser em “criar sangue ou produtos similares mais fáceis de armazenar e transportar para dar resposta a situações de emergência”.
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